Choro o lenço branco das nossas despedidas,
Choro a agitação do vento a soprar entre
tantos ramos nus das árvores que orlam os sulcos de inverno
de - onde? Onde passeávamos e passeávamos nos
pequenos montes, aí onde as árvores se alinhavam, tão determinadas? Tão firmes?
Tudo isto para dizer que a nossa despedida foi uma rendição. Tudo isto
para dizer que certas árvores, nada tendo a ver connosco,
se quedavam subitamente atentas, lançando sobre nós um breve olhar.
Estou perdido. Não há esperança para mim. Estou afundado na linguagem
dos afectos, para a qual não há tradução. As nossas despedidas
ridicularizam-nos. Que te diz agora o teu coração? Em que se fixam
os teus olhos ensonados? Devias ter permitido que o vento
te acarinhasse. Eu devia ter permitido que as árvores como pai me encaminhassem.
E o coração: esse herói, esse monstro de todas as nossas rendições.
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