Às vezes, somente penso
que devo escrever o mais depressa possível
um conto sobre uma paisagem de neve. Enterrar-me até à relva,
calçada de botas de neve e, escavar avalanches ocas. Se olhar,
conheço os nomes de todas as plantas de cor
sobre elas cantarei em tons de dança
até ficarem de novo a descoberto.
Deixarei pedaços da minha úvula no ar,
vazia a minha garganta. Devagarinho, a minha voz
amarrotará estas paredes de neve
até haver tanto lodo
que não conseguiremos caminhar.
Ser levada lentamente pela corrente
com as rochas e os ratos, os pinheiros e
os campos, capelas, as imagens da Virgem
que usam os altares como navios.
Cantarei tão alto que
o musgo liquefar-se-á.
Cantarei tão alto que
a montanha derreter-se-á.
Cantarei tão alto que
voltará a ser possível afogarem-se
cavalos no pântano aos meus pés.
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